Crônica: Ei, leia!

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Por: Sérgio Sant’Anna*

Depois que li o artigo escrito neste periódico pelo Dr. Rodrigo Segantini, intitulado “Ei, você aí…”, cujo articulista é de uma riqueza ao desfilar a analogia da situação do governo municipal  com a enfrentada pelo personagem principal do romance “Os ratos”, de Dyonélio Machado, resolvi que as histórias do mundo da literatura brasileira necessitam serem contadas, até mesmo para que possamos conhecer, de maneira próxima, nossas narrativas, e relacioná-las ao cotidiano, sempre como uma fonte de inspiração e questionamento. Como aquele processo socrático, estimulado pela dúvida.

Quando no início do artigo, o Advogado Segantini, fala de Érico Veríssimo, pai de Luís Fernando Veríssimo e da sua relação com o autor de “Os ratos”, lembrei-me logo de uma outra história em que o autor de “Clarissa” tem com o então, iniciante, Moacyr Scliar, que ao deixar um conto de três folhas para que o consagrado Érico pudesse avaliá-lo, ao retornar para pegá-lo, o escritor Scliar vê que seu conto fora avaliado como nota 10, todavia ao chegar em casa percebe que havia esquecido de levar ao autor consagrado a sua última página.

Euclides da Cunha, autor do renomado, “Os sertões”, ao retornar para sua cidade, depois de cobrir toda a Guerra de Canudos, descobre que sua esposa estava grávida. E quem seria o pai. Ao descobrir que fora enganado ele sai à procura do amante da esposa. Euclides é assassinado.  

A literatura, nos avisa, vive no silêncio, almeja tranquilidade. Leia!

* Sérgio Sant’Anna é Professor de Língua Portuguesa do Anglo e COC Professor de Redação da Rede Adventista e Jornalista.

**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas municipais, estaduais, nacionais e mundiais e de refletir as distintas tendências do pensamento contemporâneo.

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